sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bernardo Sassetti 1970 - 2012

Pianista, compositor e muito talentoso... Compôs música para várias bandas sonoras, entre elas as dos filmes "Quaresma" (2003 de José Álvaro Morais), "A Costa dos Murmúrios" (2004 de Margarida Cardoso) e mais recentemente "Como Desenhar Um Círculo Perfeito" (2009 de Marco Martins). A sua banda sonora mais conhecida e reconhecida é a do filme "Alice" (2005 de Marco Martins). Em 2007 Cláudia Varejão, realizadora, editora, realizador de fotografia, realizou dois vídeos baseadas nesta banda sonora com o próprio Bernardo Sassetti no Teatro Maria Matos. Aqui ficam os vídeos em memória e homenagem...

sábado, 14 de abril de 2012

6 Beijos

Ontem foi o dia internacional do beijo. O cinema Também se faz de beijos. Eis apenas seis beijos icónicos:
1 - Entre o Sgt. Milton Warden (Burt Lancaster) e Karen Holmes (Deborah Kerr) em "Até à Eternidade" ("From Here to Eternity", 1953) de Fred Zinnemann.
2 - Entre Camilla Rhodes (Laura Harring) e outra Camilla Rhodes (Melissa George) em "Mulholland Drive" ("Mulholland Dr.", 2001) de David Lynch.
3 - Entre Spider-Man/Homem-Aranha (Tobey Maguire) e Mary Jane Watson (Kirsten Dunst) em "Homem-Aranha" ("Spider-Man", 2002) de Sam Raimi.
4 - Entre uma cocker spaniel (Lady/Dama) e um rafeiro (Tramp/Vagabundo) em "A Dama e o Vagabundo" ("Lady and the Tramp", 1955) de Clyde Geronimi, Wilfred Jackson e Hamilton Luske.
5 - Entre Rick Blaine (Humphrey Bogart) e Ilsa Lund (Ingrid Bergman) em "Casablanca" (1942) de Michael Curtiz.
6 - Entre Ennis Del Mar (Heath Ledger) e Jack Twist (Jake Gyllenhaal) em "O Segredo de Brokeback Mountain" ("Brokeback Mountain", 2005) de Ang Lee.

quinta-feira, 8 de março de 2012

"Florbela" (2012) de Vicente Alves do Ó

Estreou hoje, Dia Internacional da Mulher, o filme sobre uma das maiores mulheres que Portugal já teve o privilégio de ter.  Este trabalho é para mim mais que um filme, ou um mero filme  português. "Florbela" (2012) de Vicente Alves do Ó é poesia cinematográfica, é magia cénica, é puro e maravilhoso cinema. Este filme é daqueles filmes que foram feitos para se amar, amar perdidamente, amar só por amar...
O texto seguinte é parte integrante do texto publicado no site de notícias e cultura LGBT em português, dezanove, com o título «“Florbela” estreia no Dia Internacional da Mulher» e pode ser lido na íntegra neste link:
«Florbela era uma mulher incomum, à frente do seu tempo, um dos vultos mais importantes da poesia portuguesa do século XX. Nascida a 8 de Dezembro de 1894, com uma vida riquíssima, cheia de encantos e desencantos, amores e desamores, casou três vezes, a morte do irmão desfez-lhe o coração, chegou a estar num convento, foi considerada louca e suicidou-se no mesmo dia em que nasceu, tinha apenas 36 anos de idade e deixou uma obra vasta, rica e extraordinária.
Num Portugal atordoado pelo fim da I República, Florbela (Dalila Carmo) separa-se de forma violenta de António (José Neves). Apaixonada por Mário Lage (Albano Jerónimo), refugia-se num novo casamento para encontrar estabilidade e escrever, mas a vida de esposa na província não é conciliável com sua alma inquieta. Não consegue escrever nem amar. Ao receber uma carta do irmão Apeles (Ivo Canelas), oficial da Aviação Naval e de licença em Lisboa, Florbela corre em busca de inspiração perto da elite literária que fervilha na capital. Na cumplicidade do irmão aviador, Florbela procura um sopro em cada esquina: amantes, revoltas populares e festas. O marido tenta resgatá-la para a normalidade, mas como dar norte a quem tem sede de infinito?»

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Crítica: "Martha Marcy May Marlene" (2011) de Sean Durkin

A jovem Martha (Elizabeth Olsen) é aceite numa comunidade fechada, conduzida por Patrick (John Hawkes), um líder fanático e extremista. Após dois anos isolada, em que tem de anular a sua personalidade numa fé e obediência cega, acaba por conseguir fugir. Já em casa da sua irmã e do seu cunhado, a quem é incapaz de explicar o acontecido, ela vai ter de lutar contra a própria imaginação, que a todo o momento a faz confundir o presente com os anos que passou naquele estranho lugar.
"Martha Marcy May Marlene" (2011) de Sean Durkin (realização e argumento) é um filme cru, seco, mas de uma beleza atordoante, uma beleza fria e soberana, tal como uma maravilhosa casa no lago. Há um passado e um presente, há fealdade e beleza. Uma a sobrepor-se a outra, numa corrida em que Martha tudo tem a perder. A perturbação é dilacerante, não o conseguindo ser quando é realmente necessário. E é aí que o filme tende a falhar. Durkin, que com este filme ganhou no Festival de Sundance o prémio de melhor realização, conseguiria facilmente ter aqui um filme grande, sobretudo com todo este material que tem e escusava de nos dar um final atabalhoado, apressado e amador.
Mas gostei do filme, sobretudo da sua crueza e do seu vazio. Gosto de filmes assim, que nos sejam apenas dados, despojados de artifícios e que não nos expliquem tudo o que acontece a cada cena. Adorei a dicotomia e a tensão das irmãs Martha e Lucy (uma muito competente Sarah Pulson). A interpretação de Elizabeth, a mana mais nova das famosas gémeas Mary-Kate e Ashley Oslen, é, para uma (quase) estreante, de uma riqueza estonteante, um diamante em bruto à espera de ser lapidado. A inocência infantil, a alegria constrangedora, a ausência macabra, a frieza que fere, a anulação de si mesma, a aceitação não total está presente no sublime rosto de Elizabeth.
Para mim este "Martha Marcy May Marlene" está para 2012 como o filme "Despojos de Inverno" ("Winter's Bone", 2010, de Debra Granik) esteve para 2011. Ambos são filmes independente, ambos  são protagonizados por jovens promessas que já estão a dar cartas em Hollywood, e ambos têm como actor secundário John Hawkes...
Classificação: 3,7 estrelas em 5.
Visionado ontem, 08 de Janeiro de 2012.